domingo, 28 de março de 2010

Potenciação do gostar

O maior desafio do ser humano, desde quando houve a vulgarização da tecnologia, ou seja, quando o governo criou medidas para incluir o uso tecnológico em camadas sociais que jamais sonhavam em ter posse de certos tipos de equipamentos, como computador e celulares inteligentes capazes de acessar redes sociais na internet, é o de tolerar.

E por falar nela, tolerar jamais poderá ser confundida com gostar. Ela é uma arte muito pouco difundida na Europa, tanto que a maioria dos países lá são conhecidos por serem xenofóbicos. Mas, se formos analisar direito o sistema de como funciona tal arte, percebemos que a tolerância só funciona quando é feita em mão dupla. Se não, o contrário não se chama tolerância, mas sim submissão, e submeter é quando gostamos a tal ponto que não vemos a forte necessidade de impedir que certas coisas aconteçam ou surjam ao nosso redor. E pra nos submetermos, temos que gostar, ter inclinação e prazer em ver, sentir, ...

Vê-se o caso da esposa que bate em marido. Neste caso, leitor, o marido é tolerante? Não, ele é submisso. Pois se a arte da tolerância fosse instalada naquele lar, em primeiro lugar, a esposa não bateria no marido, no máximo chamaria um advogado pra lograr um divórcio e no mínimo, sentaria e tentava resolver o problema que faz com que ela pegue o pau de macarrão pra acerta-lhe a cabeça.

Quando toleramos, não exatamente aceitamos o que acontece ao redor, pois aceitar é se submeter, e tolerar, é ter em mente que não temos o direito de impedir que algo aconteça pois, pela constituição brasileira, todo ser humano é livre pra se expressar e viver como bem se quer.

E agora, leitor, você deve estar perguntando: Por quê exatamente temos que desenvolver a tolerância? E eu lhe digo que graças a este fenômeno, a que foi dito inicialmente, o mundo anda muito pequeno. Tal fato denomina-se Globalização, e é ela quem está promovendo um rebuliço neste planeta azul! Veja pelo esquema abaixo:

Globalização = colocar todo mundo num pote só = Reboliço

Estamos no tempo em que podemos dividir nossas intimidades do lar com milhões de pessoas, meus caros! O site www.chatroulette.com, no qual chatroulette pode ser entendido como "roleta do bate-papo", por exemplo, possibilita você falar, ver e se comunicar de diversas formas com pessoas que você nunca viu na vida em questão de segundo. Você o acessa, habilita teu áudio, a câmera e, num clicar do botão, o próprio site roteia entre os usuários, on-line, uma pessoa pra aparecer alí na tua frente. Se você gostar do que vê, você estabelece contato. Mas se você não gostar... tolerará? Nãããão! Apenas aperta o botão e a roleta sorteará outro paspalho. E por causa deste impasse, pode-se perder a oportunidade de conhecer pessoas fantásticas tudo por causa da falta de tolerância e da concordância.

Mesmo que você torce a cara pra certos costumes alheios, saiba que vivemos num país que preconiza este tipo de conduta nas leis e não podemos, jamais, deixar que algo quebre este ato tão valioso.

E lembre-se, nem sempre apertar o botão é a atitude mais inteligente a se tomar.

TARCISIO MARCHIORI JUNIOR

- Crônica inspirada num acontecimento vivido pelo autor quando encontrou uma pessoa conhecida no ônibus. Ele a perguntou do porquê que havia sumido do msn e ela o respondeu que havia excluído-o - pois estava selecionando pessoas que mais..., Ah! Espero que um dia ela possa voltar a gostar dele novamente.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Permissão pra amar, preciso disto?

Há alguns anos eu preparava uma aula para a Escola Bíblica Dominical sobre um dos "Frutos do Espírito". Fui sorteado pra discursar sobre o Amor. No meio de tantas pesquisas eu descobri que a nossa língua, a portuguesa, por ser derivada do latim, conseguiu resumir muitos sentimentos na mesma palavra. E aquele "amor" relatado na carta de Paulo à Igreja de Gálatas, na verdade, se tratava do "amor" oriundo do Grego Agape.

Existem várias formas de amar. E muitos religiosos conservadores sempre ficavam irritados comigo quando eu falava "Eu AMO pizza", por exemplo. Ou algo relativo. Quanta falta de compreensão!

O fato de eu falar que amo pizza, jamais significaria que eu daria a minha vida por uma. Eu não tenho culpa que a língua latina gosta de resumir as coisas. Por outro lado, sinto que as pessoas que habitam neste mundo (pelo menos a maior parte delas) esquecem disto e tratam do amor como uma palavra qualquer. O mundo oferece pouco crédito ao poder que o AMOR tem (seja ele qual for). Numa destas piadinhas que me mandam por e-mail, destas do tipo "Abreviatura - ato de abrir carro da polícia", já li o absurdo a definição "Amor - Duas vogais, duas consoantes e dois idiotas".

A coisa está muito feia. Hoje você não pode oferecer uma carona pra ninguém. Sorrir é sinônimo de "estar facinho". Existem lugares que perguntar a hora é o mesmo de querer saber se a pessoa quer, talvez, numa possibilidade bem remota, fazer sexo mais tarde. Dois homens se abraçando? São gays, com certeza. Com tantas entrelinhas, as pessoas acabam ficando com medo de amar. Principalmente por ter se permitido e se decepcionado.

Mas, o que me deixa muito feliz, apesar destes pesares, é que pode falar o que quiser, contra o amor não existe lei. Ele prevalece. Um dia ele vai ser reconhecido. E quem amou de verdade, receberá o crédito. O crédito tardio tem um sabor bem mais acentuado.

Infelizmente, ainda não inventaram outra forma de amar, que é se entregar. Embora eu ame pizza, pra ela "se entregar" a mim, eu preciso "entregar" uma boa quantia de dinheiro pra tê-la. E, conseqüentemente, pra eu amá-la, muitos "entregaram-se" pra isto.

À começar pela MASSA.

- Pé de trigo, que foi moído pra fazer a farinha;
- A galinha, o ovo. (Esta é a que mais sofre, eu acho)
- A vaca, leite.
- O fermento? (é meio nojentinho...)
- O mar, sal a gosto.

Nem vou falar do recheio, em que há sacrifício de vida!

Acho que mesmo indo a um restaurante, e pagando pra tal serviço, eu sei que o pizzaiolo não ganha muito bem, como merece. No Brasil, o salário mínimo nos lembra um pouco o trabalho escravo. E tem mais, a gorjeta (dependendo de onde você vai) nem fica com o garçom. E assim por diante.

Mas está ai, sacrifício de vida. Hoje pra você amar alguém e ser amado, tem que existir sacrifício. Infelizmente, o pior pode acontecer. O amor ser de "via única". E, no entanto, cair no círculo vicioso: NANA (Não Acredito no Amor). E a sociedade fica doente.

O complexo NANA resume na alergia por qualquer aproximação alheia, seja ela oriunda de qualquer intenção. A alergia lhe protege da promíscua situação de ser comparado à definição "duas vogais, duas consoantes e dois idiotas".

É possível encontrar pessoas carregando a NANA até o leito de morte, mas ninguém vai deixar de soltar o último suspiro sem declarar: EU FUI UM IDIOTA POR NÃO AMAR DE VERDADE.

Se existe limite? Não existe lei para o amor. Então não posso opinar quase nada sobre o alheio. Apenas critico que só gente burra morre por amor. Pessoas assim nunca ouviram dizer que ninguém consegue amar o outro sem primeiro amar a si?

Entretanto, quem sou eu pra colocar regras no amor? "Não existe maior amor do que este, a de dar a própria vida a favor de outra pessoa". E nesta semana eu refleti em quanto amor eu recebo, logo depois de chorar, que nem uma criança que ficou sem presente de natal, ao ouvir esta canção.


O Lord You are my keeper
I will never be in want
You hold me close so tender
And quiet me with love

And I hear You singing over me
I hear You singing over me

Songs of countless promises
Like kisses from heaven they fall
How loved am I
Songs that take me to higher heights
Such favor I know is divine
How loved am I
How loved am I

O Lord You are my keeper
My heart is safe with You
Though in life there will be valleys
You take my hand and lead me through

O que refleti? Foi que se realmente existiu um ser que acreditou que morrendo por mim salvaria a minha alma, eu devo valer muito pra poder me desperdiçar. E me amar é a única forma de pagamento que posso retribuir a tanto sacrifício.

Eu permito o amor, sem preconceitos, sem rasuras, sem frescuras.