sábado, 16 de junho de 2012

O descontentamento das coisas

Uma verdade: Teus bens não são teus.

Quer ver por que?

Depois que um homem muito rico morreu, perguntaram ao seu contador o quanto ele deixou, ao passo que ele respondeu: TUDO. Em Eclesiastes 5:15, diz: "Como saiu do ventre de sua mãe, assim também se irá, nu como veio; e nada tomará do seu trabalho, que possa levar na mão".

As vezes nos prendemos e escravizamos nas coisas que conquistamos, me refiro àquelas coisas no qual partimos da vaidade em se ter, ou seja, de um desejo que precisava consumar. Mas lembre-se, nada destas coisas serão aproveitadas quando formos herdar a vida eterna. Como podemos conciliar a fé de que o "Senhor é o nosso pastor, nada nos faltará" se estamos muito apegados às coisas materiais?
Partindo do princípio que, somos seres independentes das coisas existentes neste mundo, então presumo que é burrice deixar que os nossos bens ocupem a importância que a nossa vida merece, pois para Deus, você não é um apartamento em frente à praia ou uma conta gorda cheia de dinheiro. Jesus não sofreu morte de cruz para os 4 carros importados que você mantém na garagem de sua mansão. Não obstante, em Lucas 12:15, Jesus diminui os valores "das coisas deste mundo" ao afirmar que devemos nos "acautelar e guardar de toda espécie de cobiça; porque a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui".

Max Lucado conta em seu livro "Aliviando a Bagagem" que certo missionário conheceu uma leprosa em uma de suas viagens à ilha de Tobago. Em uma de suas ministrações ele perguntou aos irmãos quem deseja cantar um hino específico e, esta leprosa levantou sua mão para sugerir um hino, mãos tais que já não havia alguns dedos. Sua aparência desfigurada dificilmente fez os irmãos entenderem que gostaria de cantar "Quantas Bênçãos", pois também não lhe tinha mais nariz, orelhas e parte dos lábios. Diz a história que o missionário começou a cantar o hino mas não conseguiu ír até o fim.

Pra quem não conhece, o hino diz assim:

Se da vida as vagas procelosas são (i.e. onda turbulenta, mar revolto), se com desalento julgas tudo vão. Conta quantas bênçãos conte-as de uma vez, e verás surpreso o quanto Deus já fez.

Conta as bênçãos, conta quantas são. Recebidas da divina mão. Uma a uma, dize-as de uma vez,
Hás de ver surpreso quanto Deus já fez.
 
Tens acaso mágoas, triste é teu lidar? É a cruz pesada que tens de levar ? Conta as muitas bênçãos, não duvidarás, e em canção alegre os dias passarás.

Conta as bênçãos...

Quando vires outros com seu ouro e bens, lembra que tesouros prometidos tens.  Nunca os bens da terra poderão comprar, a mansão celeste em que tu vais morar.

Conta as bênçãos...

Seja teu conflito fraco ou forte cá, não te desanimes, Deus por cima está. Seu divino auxílio, minorando o mal, te dará consolo e paz celestial.

Conta as bênçãos... 

Mediante o contexto no qual esta música foi pedida, o tal missionário parou de cantar esta canção imediamente. E permaneceu em lágrimas. As pessoas que estavam com ele desafiaram-no a nunca mais cantar esta canção, pois suas lágrimas revelaram o quanto pessoas de sua terra não entendia como era cantar aquela canção de uma forma verdadeira e intríseca. Mas ele se redimiu com Deus e com aquele povo dizendo: "Eu cantarei novamente, mas não da mesma forma", assim como Jó, depois de tanto sofrimento, disse, depois de recuperado: "hoje conheço a Deus, não por ouvir falar, mas por tê-lo visto".

Se queremos tê-lo como pastor - como cita o Salmos 23 - então devemos, primordialmente, ser semelhantes como as ovelhas e não como senhores de si (auto-suficientes). A nossa atitude tem que ser assim: o que tenho com meu pastor é muito maior do que tenho conquistado. Sabe por que? Porque a leucemia, a falência, o divórcio, os problemas familiares, a falta de luxo, a injustiça, as falsas amizades, etc, não poderão tirar o Pastor de perto de você - ao contrário, essas coisas o aproxima mais ainda perto de você. Em contrapartida, o que possuo passa a virar nada a partir de quando eu paro de respirar - fora outras mazelas que são ofertadas pelo mundo moderno que são capazes de nos roubar e destruir até que consiga nos matar. Todavia, não é o Bom Pastor que se afasta de nós mas somos nós que nos afastamos d`Ele. Então me diz, quem é maior? Teus bens, já possuídos e desejados, ou os presentes eternos de Deus, o pastor? 

Pelo amor de Deus e pela tua vida, não se comporte como tivesse "perdido tudo" durante um temporada de crise, pois existem coisas gratuitas que dinheiro no mundo inteiro não é capaz de comprar, que é a firmeza da fé, o caráter sincero e a divina salvação. A partir de hoje, entenda de uma vez, por todas, que quando você cita "o Senhor é meu pastor, nada me faltará", saiba que estará abrindo as portas das cadeias do descontentamento.

TARCISIO MARCHIORI JUNIOR

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